terça-feira, 27 de março de 2012

QUINZE PALMOS ABAIXO

Fui ver como vivem os mortos. Passei quase todo o domingo passado abaixo do chão, limpando o poço da chácara. Tirei toda a água, uns 2 mil litros com uma mangueira, desci e comecei a retirar a areia no fundo. Aí, o mais legal, no fim, cheguei à fonte, onde a água sangra do chão. É uma camada de areião protegida por filetes de tabatinga branca, a terra parece um ser vivo, animado em suas entranhas. Ali, eu enfiei os dedos, retirei a tabatinga acumulada, porque a água levou a areia e isto fecha o olho dágua. E o líquido voltou a sair com vontade, uma dádiva do planteta, água limpa e cristalina.

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