quinta-feira, 17 de março de 2011

CARMÓPOLIS - O MURO DO ÁUDIO E O CUSCO DA BORRACHARIA

Em Carmópolis, a Borracharia do pai do nosso chapito Rudá é o centro da sociedade. Os carmopolinos  são malandros de casa, mas a borracharia, o Rudá é o rei da empulhada. Ele segura a mangueira de ar e pergunta pro motorista se ele quer uma pressão lá atrás, e o cara, dentro do carro, não ouve direito, concorda com o borracheiro.
A macacada se junta num muro que tem numa casa ao lado, do seu Claudio, que é fanho, e por isso a gurizada chama ele de Áudio. Dali ficam olhando o Rudá, que tem uns dezessete anos, dando em cima das menininhas que vão encher os pneus da bicicleta e das solteironas que precisam calibrar os pneus do Vectra do marido de manhã, ao meio-dia e na tardinha. Ali o nosso garoto aplicava nelas aquele xalalá que rejuvenescia mais do que um serviço completo no Pitanguy.
De vez em quando, o Rudá apreciava a sua obra-prima:
Ele treinou um cusco, que veio junto com a boracharia, pra fazer o seguinte:
Quando tinha um carro estacionado calibrando pneu, o dogue empurrava uma pedra do tamanho de uma bola de bilhar com o focinho, até encostar no pneu traseiro do carro. O motorista, quando saísse de ré, passava por cima da pedra. Aí, quando o cara se desse conta que tinha passado em cima de alguma coisa, o cachorro começa a berrar desesperado, estica uma perna e fica meio deitado no chão, ganindo e olhando pro cara, totalmente apavorado, enquanto a bugrada no muro rola de rir do show.

Um comentário: