terça-feira, 11 de janeiro de 2011

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Minha filha me diz que tudo o que eu falo é cheio de "moral", "lições", que eu pareço um professorzinho e eu adicionaria ainda, uma baciada de "seachismo". É bem possível, já que eu aprendi coisas com TODAS as pessoas com quem eu convivi. E só lastimo não poder conviver mais com elas. E muitas delas foram meus profes e ssoras.

Não sei por que raios, mas eu gostava do conteúdo, ao contrário da maioria da classe, que resmungava e ficavam dando pinote, até a hora do recreio, quando podiam chutar bolas, bater nos mais fracos e nos arrogantes, pode marcar um xis em cada uma destas pra mim, eu apanhava duplamente. Eu era um magrelinha com apenas um músculo, mas um super músculo: a língua.

É sabido que os professores, para captar a já minguada atenção de seus alunos, têm que se disfarçar como seus heróis, e fazer um rap para a língua portuguesa, uma história de princesas com cavaleiros e dragões para a química, uma corrida de carros para a matemática, um romance para a geografia. Nós queremos encanto, seu Renato. Só o esqueleto não chega, tem que ter o enchimento e a penugem, e não esqueça da embalagem, que deve arrasar.

Eu não esqueço, tem gente com quem eu falo diretamente e tem outras que precisa pintar as letras com cores diversas. É uma diversão. Hoje mesmo fiz um trabalho que será visto por mais de um milhão de pessoas. E um que apenas convidados verão, poucos por dia.

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