30 ANOS SEM O MALA

Tenho que falar alguma coisa sobre o John Lennon?
Há 30 anos, ele estava lançando o disco Double Fantasy. A Vera, namorada da época, perguntou pra mim, como quem não quer nada, sobre alguns discos que eu acharia legal pra ela comprar. Eu, tanso, respondi "Double Fantasy", porque achei que ia ser bem ao gosto DELA. Não sabia que era para MIM! Então ganhei esse disco, eu, escutador de rock pesado... mas valeu, fiquei muito feliz ao ganhar o disco, por ela ter lembrado, se preocupado, pensado em mim. Eu achava que eu não existia.
O John Lennon não era esse docinho que pintam hoje. O narigudo, se pudesse, pularia fora  das estampas da maioria das camisetas e posters por aí. Ele era um mala que combatia esse modelo "comportadinho" de hoje.
Todo mundo com a mesma tatuagem, no mesmo lugar, cheio de aparelhinhos eletrônicos, fazendo pose de marginal, "das ruas". Aiai.
Ei, ô marido da Yoko, ainda bem que tu não viu isso, ô psit!
Embora eu admire o game Guitar Hero, por pelo menos mostrar as músicas para uma gente tão preconceituosa que tem medo de música com mais de duas semanas, se o John Winston, filho da tia não tivesse feito aquele tratamento à base de estanho, estaria invadindo superstores pra sapatear com suas botas mod sobre drum sets, baixinhos e guitarrinhas de matéria.
Era um cara com uma puta leitura, exigente, insistente, sensível, em suma, tudo o que os moderninhos hoje chamam de CHATO. Indabem que tu morreu, cara, eles não iam gostar de ti. Aliás, nem eu gosto.



Outra coisa, os Beatles queriam ser uma banda de rock americano, prova disso é que após a dissolução todos se americanizaram, empopizaram ainda mais suas canções. Mas como nos sete vírgula alguma coisa anos em que estiveram juntos, a produção era do George "Classic" Martin, a coisa não saiu assim.