sábado, 20 de novembro de 2010

EM BANTU: DUIÚ RIMÊMBA?

O som da rua vai sumindo enquanto a gente vai passando no corredor até a porta. Chaves chacoalham fazendo o alarme do silêncio que viria a seguir. No centro da cidade, um antigo escritório, de uma empresa de fumo, que nem existe mais, é aberto após muitos anos fechado.
Imensas salas vazias, estou no Quake, nas paredes as marcas das gentes que fizeram tanto barulho ali dentro, por décadas. Corredores, salas, cozinhas, um labirinto sombrio esquecido, de repente tirado do seu sono por quatro qüeras. O primeiro trouxe um tambor muito grande e uns pequenos, se instalou no fundo da maior sala. O segundo e o terceiro trouxeram instrumentos de corda, um grande e um pequeno. O quarto, um baixinho que mancava, trouxe um pedestal e um instrumentinho minúsculo, onde ele gritava. Cada um fazia uma coisa, mas eles não se achavam em lugar nenhum. O melhor de tudo era que, depois do ensaio, os amigos iam correr com carrinhos de transporte nos pavilhões cheios de sacos de fumo, saltar de pilhas de três em três metros, assim era um ensaio do Sapo de Plástico nos anos oitenta. Não é à toa que a gente não aprendeu a tocar, a gente tava ocupado se divertindo. Na foto, o Bolori, bloco-nave-mãe de bandas como Iuri e Los Capachos, Al-Zeeras e Párias da Sibéria, entre muitas outras.

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